Porque somos tão bananas ou a única coisa que funcionou nesse país.

Sou relativamente novo, farei 30 em junho, e nas minhas vagas lembranças revolucionárias de criança trago comigo algumas discussões sobre diretas, repressão, manifestações que meus pais tinham com seus amigos.
Lembro também da semana do presidente na TVS / SBT falando do Figueiredo, e só.
Contas bobas, em 84 eu tinha 8 anos, então política para mim era negociar a ordem da descida de carrinho de rolimã na rua.
E o problema está aí.
Não no carrinho de rolimã, mas na única coisa que foi eficiente nesse tempo todo de ditadura, que foi a repressão e a violência contra qualquer tipo de manifestação contra o sistema.
Depois daí a geração que se fez acredita lombarmente na política, na discussão, e chegamos onde chegamos.
Que fique claro que eu não defendo a violência de maneira alguma, mas sempre penso que uma ocupação ao congresso [taí, porque a porra do MST não acampa no congresso?] daria um jeito e quem sabe os políticos agissem diferente.
Eu vejo na França, na China, na Espanha, sempre que tem manifestação e o couro come tem sempre muita gente lá levando porrada pelos seus ideais, brigando pelos seus direitos.
Aqui, eu não vejo organização que interessa realmente ao povo e a nossos anseios. Vivemos com esse élan de que somos civilizados e por isso não vamos quebrar a cara ou botar na cadeia quem rouba e sacaneia, mas TODO MUNDO bateu palmas e fez odes ao vovô bengala na cabeça do Dirceu.
Pois é, as vezes o povo precisa extravazar; e como a justiça não nos permite isso, a polícia não nos permite isso, os políticos não nos permitem isso, a televeisão também não colabora, ficamos cercados nuum pequeno universo de quem lê jornal / usa internet para tentar formar a opinião do povo.
E esquecemos que o povo que faz a diferença na votação clama pela inclusão social, está nas esquinas pedindo emprego ou esmola, está as 4h15 da manhã nos pontos de ônibus e nas plataformas dos trens.
O brasileiro médio é muito médio de verdade.
Enfim, ficamos nesse meio termo nos achando e perdendo e fio da meada [nessa já se foi mais que um novelo com certeza].
Precisamos sim é de JUSTIÇA., para todos os lados.