24 agosto 2009

Conceitos

Me lembro da minha primeira briga por conta de religião lá em casa. Eu devia ter uns 14 anos, e foi antes de eu fazer minha crisma.
Meus pais sempre foram católicos praticantes, e a cobrança para ir na missa de domingo sempre foi tão fervorosa quanto a fé deles.
Mas [toda história tem que ter um mas] um dia eu não quis acordar, sei lá, teve festa até tarde no sábado.
E quando minha mãe voltou da igreja desceu a lenha em mim, na minha falta de fé, e na minha preguiça.
Eu me lembro bem, minha resposta foi do tipo: a onipresença do Senhor chega até a nossa casa mamãe; e daí pra frente foi só ladeira abaixo.
Apesar de continuar indo a igreja descobri que muito da minha fé estava dentro de mim, e era um pouco diferente do que os livros pregavam.
É muito mais uma filosofia de vida que seguir uma religião.
É muito mais entender que devemos respeitar tudo e todos.
É muito mais que homens pregando, que um altar, que palavras ditas e repetidas há séculos, lutando por suas verdades e interesses.
É muito mais do que ir num lugar, que comprar um espaço no céu....... muito mais que chegar lá depois e ver no que vai dar ou onde vamos parar.
É acreditar que aqui é a hora e o lugar, e que não tem depois. Nem antes.
Eu percebi através dos tempos que muito do vazio que sentimos, todos nós, depende muito da matéria que você usa para preencher esse mesmo vazio.
Tem gente que coloca pra dentro esperança. Uns colocam religião. Outros salvação. Outros colocam um deus, as vezes alguns deuses.
Eu optei por conhecimento, simples.
E quanto mais avanço no conhecimento, menos busco religião.
E é o que acontece com a grande maioria dos cientistas, com meu ídolo-mor [Darwin], e com todos que de uma maneira ou de outra pensam o mundo de maneira prática e objetivando conclusões.
A religião foi manipulada por homens inescrupulosos, que só queriam o poder, não tenho interesse em saber direito o querer desse poder, que deve ser algo bem raso e mundano e terrestre como uma coroa com mais rubis e esmeraldas, mais ouro no anel e mais dourado no chapéu.
Eu hoje sigo com a minha fé bem particular e claudicante [acreditar no bicho homem é difícil], inclusive falando com o meu Deus quando assim o desejo, aliás falei com ele ontem voltando do aniversário das minhas crianças.
E o mais inacreditável, vi ele numa árvore semana passada lá no sítio.

E é nessa força que eu acredito.
Que criou o universo do nada; e assim criou as condições para que neste mesmo universo a vida também fosse possível.
Nada de descanso no sétimo dia pessoal, pois dias são conceitos ridiculamente humanos......

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